Painel do Mundo
Os brasileiros migram pelos mais diversos motivos. Normalmente por questões econômicas, outras vezes por estudos e até mesmo por razões sentimentais. A história do personagem de hoje não é tão usual e está relacionada com o futebol de mesa.
O pastor Aleksey Faria conheceu o Chile em 2006 e, em 2010, decidiu partir para o país andino, como missionário, com sua esposa e três filhos. Para tanto fizeram uma escala no Rio de Janeiro onde receberia assessoramento da Agência de Missionários da Igreja Batista , sediada naquela cidade. Por uma dessas coincidências da vida a citada agência fica no bairro da Tijuca , centro nervoso do futebol de mesa carioca. Saindo para comprar pão, ele e o filho encontraram uma loja que vendia botões. Não resistindo à tentação, como qualquer um de nós que jogou quando criança, comprou os botões, retornou para a agência e disputou algumas partidas com o filho em uma mesa improvisada na agência. Seus companheiros lhe informaram que havia uma loja no Shopping Tijuca que vendia material de futebol mesa. Prontamente foi para lá e se informou ainda mais sobre o tema com o comerciante. Daí surgiu a ideia de evangelizar através do esporte usando o futmesa. Para tanto, recebeu da agência orientações de como trabalhar com o esporte para esse fim.
Chegou ao Chile levando uma mesa e vários botões. Estabeleceu-se na cidade de Antofagasta , no norte do país. Pouco tempo depois, recebeu um convite da Coalizão Chilena do Esporte para que outras congregações evangélicas conhecessem o futebol de mesa o que possibilitou que viajasse pela região divulgando o esporte. Atualmente Aleksey está no país como pastor independente e dá aulas em dois colégios, sendo o capelão de um deles. A boa notícia é que esse grupo tem cinco colégios. Ou seja, há vagas para interessados em divulgar o futebol de mesa no Chile.
Seu trabalho com o futmesa consiste em levar valores ligados ao respeito, à conduta e à perseverança. A Província de Antofagasta é onde se localiza o Deserto de Atacama, o mais seco do mundo. O deserto é tão seco que Aleksei costuma a dizer que até a alma tem sede. A população local foi durante muito tempo explorada pelas empresas mineradoras o que fez com que a essa gente tenha uma baixa autoestima e não seja persistente nos seus projetos. Durante alguns anos ele dava um prêmio chamado Botonista de Ouro. Para tanto, as crianças deveriam ter boas notas na escola, bom comportamento, alta frequência nas classes de futmesa e participar dos campeonatos organizados. A premiação era com material de esportivo e buscava a mudança de comportamento dessas crianças bem como sua valorização pessoal.
Hoje, entre alunos e atletas, temos cerca de quarenta pessoas praticando nosso esporte (basicamente Dadinho, Bola 12 Toques e algo de Subbuteo) na cidade. Seu grande desafio, em termos esportivos, foi organizar o Campeonato Sul-americano de 2016 em Antofagasta, o que significa que teve que fabricar mesas por conta própria, que foram elogiadas pelos participantes. Também teve que conseguir times através de doações e treinar professores para a formação da equipe chilena. Em breve teremos mais um Sul-americano no Chile. A competição estava prevista para 2020 mas foi adiada para 2021 por causa da pandemia COVID-19. Em Valparaíso há grupos que praticam as modalidades Chapas e Subbuteo.
Quem estiver interessado em conhecer mais de perto do trabalho de Aleksei com o futmesa pode visitar a página do Ubabalo Futmesa no Facebook onde se encontra um ótimo tutorial sobre a fabricação de mesas caseiras para o nosso esporte. Ubabalo significa “graça” em Xhosa que é a língua de um povo homônimo que habita a África do Sul. Aleksei recebe doações de materiais para a prática do futebol de mesa. Seu contato de Whatsapp é +56 9 77880467.
Formado em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, José Carlos Marques Cavalheiro, nasceu na capital carioca no ano de 1962. Foi atleta de futebol de mesa na modalidade Bola 12 Toques de 1998 a 2005, quando foi viver em diferentes lugares: São Paulo, Paris, Jundiaí e Bogotá, onde atualmente reside. É o responsável pelo site da FEFUMERJ desde dezembro de 2004. Atualmente exerce o cargo de Diretor de Comunicação da entidade.
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