Reconhecimento como esporte.

Olá meus amigos, na coluna anterior nós vimos a primeira mudança importante na nova Regra Paulista, a respeito do rebote, a partir daí a regra estava definitivamente batizada como regra 12 toques. Estamos ainda no ano de 1988, ano de suma importância para nós, botonistas. Havia um trabalho em curso para o reconhecimento do Futebol de Mesa como esporte. Essa tentativa do reconhecimento esbarrava no fato de se ter uma variedade enorme de regras para se jogar botão, muitas regras regionais dentro de todo território nacional. 

Muito regionalismo, o diálogo de entendimento entre os praticantes das diferentes regras era difícil, até mesmo dentro de um único Estado da federação, que dirá em todo nosso vasto território, todo mundo achando que a sua regra era a melhor. Justamente por isso falava-se que jamais o futebol de botão seria um esporte, porque ninguém queria ceder. Houve na época até estudos para tentar aglutinar todas as regras em uma só, coisa de uma dificuldade sem tamanho e de execução praticamente impossível. 

Mas no botão sempre existiram, e ainda existem, alguns abnegados que estão invariavelmente a serviço do esporte. E nessa época houve uma união fundamental das 3 regras mais praticadas e organizadas, com suas respectivas federações e competições regulares, vejamos: a chamada Regra Brasileira de um toque, disco, também conhecida como Regra Baiana, a Regra Paulista, 12 toques, jogada com bolinha e a Regra Carioca, 3 toques, também jogada com bolinha. 

A união dessas 3 regras aconteceu por meio de seus representantes, Antonio Maria Della Torre, de São Paulo, Roberto Dartanhã, da Bahia, Antonio Carlos Martins, do Rio de Janeiro, Claudio Schemes, do Rio Grande do Sul, José Ricardo Caldas e Almeida, de Brasília, liderados pelo "Papa" do Futebol de Mesa brasileiro, Geraldo Décourt. Isso fez com que o CND, Conselho Nacional de Desportos, reconhecesse o Futebol de Mesa como esporte, sendo essas 3 regras as suas modalidades. 

Com o reconhecimento, as regras agora não eram mais regionais, passaram a ser modalidades de um mesmo esporte, o Futebol de Mesa. Não eram mais Regra Paulista, Regra Baiana e Regra Carioca, mas sim, Futebol de Mesa modalidades 12 toques, 1 toque e 3 toques. Esse é um importante registro que esta coluna não podia deixar de abordar, a regra 12 toques teve um papel fundamental, deixando o regionalismo de lado e se unindo às demais regras por um objetivo bem maior, o reconhecimento do esporte. 

A partir desse reconhecimento começou a ter um maior intercâmbio entre essas modalidades, que começaram a se espalhar por todo o país. A 12 toques foi muito beneficiada por esse reconhecimento, é inegável que a partir daí começou a se difundir pela nação, veio o primeiro brasileiro de 12 toques em 1989 e o crescimento da prática dessa modalidade só aumentou e continua ainda a penetrar em regiões por esse Brasil adentro. Nosso próximo encontro é daqui a 15 dias, até lá!

* Fontes: Site da Federação Paulista de Futebol de Mesa;
Publicação de José Carlos Cavalheiro no Fórum Mundo Botonista

O corretor de seguros Erismar Ferreira Gomes, 58 é paulista, torcedor do Santos F.C, e um apaixonado pelo futebol de mesa e virtual (no video-game). No Futebol de Mesa tem um rastro indelével tanto no espectro da gestão (tendo sido diretor de departamentos em clubes importantes como Corinthians e Maria Zélia) e presidente da Federação Paulista; quanto na qualidade de atleta - onde ostenta inúmeros títulos, incluindo um bicampeonato Brasileiro por equipes e o título Brasileiro individual em 2005 (ambos na categoria masters). Erismar é uma testemunha privilegiada da história e evolução da regra 12 toques pois não apenas a viu nascer mas participou ativamente da sua história. 

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