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MUNDO BOTONISTA

Por Quinho Zuccato (31/05/2023)

Conquistas e reconquistas.

Às vésperas de mais um Campeonato Brasileiro resolvi explorar com vocês na crônica de hoje um assunto sugerido pelo nosso chefão aqui da plataforma, Jeferson Carvalho: Ganhar um Campeonato Brasileiro pela segunda ou terceira vez é mais fácil do que vencê-lo pela primeira vez? É verdade essa noção de que o percurso fica mais tranquilo quando já se conhece o "caminho das pedras"?


Começo a responder essa pergunta voltando 20 anos no tempo. Blumenau-SC, o ano era 2003. Na época com 15 anos, eu estava disputando meu segundo Campeonato Brasileiro na categoria adulto. É óbvio que eu tinha o sonho de um dia ser campeão brasileiro, mas nem passava pela minha cabeça que conseguiria tão cedo.


Os dias de competição foram passando e eu fui me classificando, me classificando e por fim, acabo chegando à final com meu grande amigo Ednilson Gaffo (também pela primeira vez na final). Fizemos um jogo emocionante, com um empate em 5x5 que me garantiu o título por ter eito melhor campanha nas fases anteriores.


Durante todo o tempo que se passou até o Brasileiro de 2004 no Rio de Janeiro, no ano seguinte, eu ouvi de algumas pessoas o seguinte: "Ah, mas você não jogou contra Fulano, contra Ciclano. Queria ver se jogasse contra eles." Chegou o campeonato e eu estava lá com 16 anos, e eu confesso aos amigos - sentia uma grande pressão pra provar não só pra mim, mas pra todos que estavam lá, que meu primeiro título não fora uma zebra. 


Me lembro do terceiro dia, onde caí no famoso grupo da morte, no qual, pela última rodada, precisei vencer Robertinho (Roberto de Lara Rodrigues) por 11x10 para me classificar em primeiro lugar com 19 pontos de 21 possíveis. Percebi também, que foi a partir desse momento que os mais críticos começaram a mudar seus pensamentos. Na final, o grande tetracampeão Mauro Michillin. E lá está eu mais uma vez. Jogo duríssimo, mas consegui uma vitória por 4x2, conquistando meu bicampeonato.


Bem, para não fugir à pergunta do preâmbulo: Foi mais fácil? Não. Tem um gostinho diferente? Sempre tem! Todo campeonato brasileiro sempre é muito difícil, uma vez que já tenho a minha história e que todos ali sabem quem sou. Todos entram pra jogar comigo como se fosse uma final e, se eu não entrar pensando o mesmo, posso me perder pelo caminho.


Por isso que, quando se chega no dia final entre os 16 melhores, não há mais favoritos. Todos que chegaram ali enfrentaram muitas batalhas e já estão acostumados a grandes momentos. O caminho das pedras é árduo, é difícil, mas tudo se resume a muita concentração, capricho e foco. É deixar a palheta escorregar em cima do botão e botar a bola na casinha. Encerro desejando a todos um excelente Campeonato Brasileiro 2023. Grande abraço a todos!

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O Socorrense Marcus Paulo Liparini Zuccato, ou simplesmente Quinho, como é conhecido no meio botonístico, está entre as maiores lendas do futebol de mesa. Campeão mundial, foi talhado para caçar títulos desde garoto, (campeão brasileiro da categoria principal aos 15 anos de idade, um recorde até hoje jamais igualado. Enquanto colunista do Mundo Botonista, uma vez por mês Quinho divide um pouco do que sabe sobre questões relacionadas à técnica de jogo na modalidade 12 toques.

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quinho_zuccato@mundobotonista.com.br

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