São tantas emoções bicho

Detalhes tão pequenos das regras várias

Que resolvi escrever essa coluna promovendo o buxixo

Porque elas são inúmeras, discricionárias

Eu falo a verdade com toda certeza

Sobre esse tal de teqball e minha verdade não demora

Aquilo não é nem nunca foi futebol de mesa

E muito menos é uma brasa, mora?

Fiquei sabendo que o Subbuteo vai ter um mundial

Que serão 26 países

Rogo a Nossa Senhora que vire um dia esporte olímpico, ia ser sensacional

Eu queria participar, nem que seja como um dos juízes

O 12 toques vai se internacionalizando

E como é grande meu amor por você eu quero que chegue lá também

Uma regra supimpa, invenção do povo Paulistano

Merece toda a consideração, meu agradecimento e um amém

Na Europa tem o Sectorball muito forte

Do fundo do meu coração eu queria aprender

Mas não tenho talento e me falta sorte

Nesta vida eu sei que isso não vai acontecer

Ainda na Europa tem também a Catalã

Que chegou no Brasil via o clube Bangu

De tão bonita feito Lady Laura fiquei com febre terçã

Só que eu vendo fiquei “doidin”, parecendo um papangu

Chapas é muito forte na Espanha

Se joga com as tampinhas de garrafa

Se tivesse estrada eu ia de calhambeque, só na manha

E levava meu celular, aquele que a tudo fotogafa

Por lá tem a liga de tacos

Que eles jogam com pedaços de madeira

E por Jesus Cristo eu queria entender, talvez dar uns pitacos

E fincar por lá a minha bandeira

Voltando ao Brasil de tantas regras, mesas e botões

Nos 4 cantos do país temos diversidade de estilos

Quando a gente ama não importam as razões

Pai e mãe amam igual a todos os filhos

A regra baiana é a 1 toque

Tem a estratégia como ponto forte e um deslizar dos mais belos

A defesa é seu enfoque

E os craques se refestelam debaixo dos caracóis de seus cabelos

A 3 toques já foi conhecida como Carioca

Das federadas é a que eu menos conheço

Mas no côncavo e no convexo eu sei que no gol ela desemboca

E se eu assistir a um jogo todo nunca mais eu esqueço

E o querido dadinho

Eu pergunto como vai você?

A bola quicando e caindo no gol de mansinho

E a plateia só faltando enlouquecer

No Rio Grande do Sul tem a regra gaúcha

Só tem Amigos e muita tradição

Se um dia eu jogar sei que será “mucha lucha”

Eu perco o jogo, mas não perco a noção

Em Pernambuco tem a bola de borracha

Regra antiga, uma verdadeira escola

A amada amante as vezes se acha

Mas se o cara estiver jogando, pra ela nem dá bola

Tem ainda o leva leva que vem desde a infância

Nem mesmo o céu nem as estrelas merecem tanto o meu amor

Eu jogo essa modalidade com tanta constância

Que só de falar eu já sinto o sabor

Preciso falar mais sobre o leva leva, a minha preferida

O seu jogar me leva a Pasárgada e ao passado

Onde eu aproveito os prazeres da vida

E quanto mais jogo mais eu fico interessado

No Rio de Janeiro e Ceará tem a Pastilha

Já fizeram campeonato juntos

Meu querido, meu velho, meu amigo, você quer seguir essa trilha?

Então vamos ficar atentos!

No RJ temos ainda o pessoal que joga no carpete

Esqueça os campos usuais

É um deleite, um banquete

E o jogo acontece aguçando os sentidos audiovisuais

Em São Paulo a vidrilha encanta a galera

Tem mais emoção que descer a Rua Augusta a 120 por hora

Ninguém aguenta a espera

Tem que ser agora

Biblioteca de "Botão com cordel"
Reler publicações anteriores de Ary Peter

Formado em administração de empresas, também mestre e doutor em administração, Ary Peter nasceu na capital pernambucana em 13/06/1970, em plena campanha do tricampeonato mundial do Brasil no México. Joga as modalidades de Dadinho (a preferida entre as regras federadas), 12 toques e 1 toque, além de vidrilha e leva leva. Mora hoje em Natal onde joga pela Magic Academia de Futebol de Mesa. Está escrevendo um livro sobre Futebol de mesa / botão a partir da ótica do botonista..

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arypeter@mundobotonista.com.br