Painel do Mundo
Por Ary Peter (29/04/2024)
Mendeleev criou a tabela periódica
E eu vou associar os elementos químicos aos craques brasileiros das mesas
Não, não se trata de abordagem da semiótica
Disso tenham todas as certezas
Geraldo Decourt é o Hidrogênio, o criador das regras
Sua importância histórica é fundamental
Se o Hidrogênio gera as águas
Nosso patrono gerou o futebol de mesa, é sensacional
Presidente Farah seria o gás Hélio
Um gás muito do nobre
São tantas as suas qualidades que eu precisaria de um Aurélio
Depois eu falo mais sobre
Quinho Zuccato seria o Carbono, um Carbono flamante
Ele vence todas, aposte nesse palpite
Se a qualidade de seu jogo se assemelha a um diamante
Sua humildade é total, está mais para o grafite
Michilin é o Flúor, corroendo as defesas adversárias
Aquele elemento obtido pelo francês Moissan dos além-mares
Alô gênio, com suas vitórias diárias
Seu time tem marcação perfeita, sem nenhum buraco de cáries
Heremann é Nitrogênio, está por todo o campo e toda atmosfera
Seu jogo é uma explosão de qualidade, pura nitroglicerina
Na 12 toques ele domina a esfera
Seu jogo é clássico e panorâmico, ao vislumbrar me sinto numa Litorina
Roberto Rodrigues é o Cromo, com sua qualidade lustrosa
Tem uma técnica inoxidável
Sua palhetada é a mais garbosa
Seu título de campeão foi inolvidável
Dalla Stella pode ser o Ferro
Construindo as mais fortes campanhas
Sua faixa de campeão eu descerro
É puro metal maleável, são belas suas façanhas
Presidente Éder é Potássio, uma potência
Fundamental para o bom funcionamento do futebol de mesa no Nordeste
Sua elegância e gentileza são da mais nobre descendência
Fez e faz a diferença em Caruaru, a capital do Agreste
Jefferson Genta é pura Prata
O “timbre” de suas jogadas é argentino
Todos conhecem sua qualidade inata
Para assistir seus jogos deveríamos pagar ingresso e ao final fechar as cortinas
Marcelo Lages é o Rádio, não aquele do FM que sintoniza no Dial
Sua qualidade no jogo chega irradia
Faz da técnica seu elemento primordial
Um jogo pensado, estudado, aqui não tem correria
Professor Humberto é Ouro puro
Joga muito todas as modalidades
As vezes coloca um apelido reluzente noutras um mais obscuro
E eu dando corda com toda a cumplicidade
O incrível Manoel Moura é Níquel, estou seguro
Sua classe jogando dá a maior liga
O certeiro ataque de seu time não tem furo
Quando o adversário vê, ajeita o goleiro e faz logo figa
Carlson é Cobalto em seu jogo sólido
Fazendo transição entre todos os espaços do campo
Se precisar acelera como um bólido
Fazendo um gol atrás do outro e brilhando como relâmpago
Armandinho pode ser o Iodo
O talento deste pernambucano tricolor sublima
Para falar de todas suas glórias só um poeta-rapsodo
Seus gols na bola de borracha são pinturas, verdadeira obra-prima
O amigo Vicente é o Cálcio
Tem um talento mineral
Sabe decorada a regra, desde o prefácio
Tem o DNA desse jogo, é visceral
O Corinthiano Teruel é Fósforo
Seu desempenho nas mesas é tal qual luz brilhante
Sua marcação do ataque adversário é mais estreita que bósforo
É imprescindível anunciar esse craque no mais alto falante
Marcelo Loiacono é o Cloro
Seu jogo é um complexo composto salar
Os seus jogos assisto diversas vezes e quero sempre mais, chega imploro
Jamais me canso, ao contrário, chego a me esbaldar
Pedro Neto, o craque dos craques Potiguares é Alumínio
Com suas variações de jogadas abundantes
Seu jogo é mental, é puro raciocínio
Sempre perco pra ele, derrotas acachapantes
O meu símbolo seria o Cu, calma que estou falando do Cobre
Não traria pra essa página qualquer palavra indecorosa
O meu futebol de mesa é que terrível, é pobre
Assistir uma partida minha é ver uma cena vergonhosa
Eu disse e repito que na verdade sou um pobre coitado
Pereba dos piores que chega a dar agonia
Não marco nem com um goleiro deitado
Dos adversários sou a maior alegria
Biblioteca de "Botão com cordel"
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Formado em administração de empresas, também mestre e doutor em administração, Ary Peter nasceu na capital pernambucana em 13/06/1970, em plena campanha do tricampeonato mundial do Brasil no México. Joga as modalidades de Dadinho (a preferida entre as regras federadas), 12 toques e 1 toque, além de vidrilha e leva leva. Mora hoje em Natal onde joga pela Magic Academia de Futebol de Mesa. Está escrevendo um livro sobre Futebol de mesa / botão a partir da ótica do botonista..
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arypeter@mundobotonista.com.br