Painel do Mundo
Por Chico Júnior (15/10/2021)
O brasileiro é por si só um supersticioso, independente da fé, cada um tem sua mandinga, seu santo protetor, seu ritual. E no esporte não é diferente, no futebol de mesa é ainda pior. Vou contar duas histórias logo abaixo. Palmeiras e Círculo MIlitar se enfrentaram no Palmeiras, um dos maiores clássicos do futebol de mesa paulista.
De um lado, um time de craques, Cassio, Justa, Perroti, Renan, Baby, Dudu, todos comandados por Edu Toscano. Do outro, Mauro, Michilin, Dinei, Ramos. Ramos, é ele o personagem principal da nossa primeira história. Tocador habilidoso, corria uma história que Ramos se sentia desconfortável quando enfrentava goleiros vemelhos. Edu Toscano, então, arrumou um goleiro vermelho que ia para as mãos de cada jogador que o enfrentava.
Ramos, toda vez que ia arrematar ao gol, ao ver o goleiro vermelho, se aborrecia, perdendo a concentração. Voltando do intervalo, o goleiro vermelho, até então herói da partida, misteriosamente sumiu, ninguém achava o guarda metas, começou a confusão. Procura daqui, procura de lá e nada de aparecer, até que o Edu Toscano soltou a frase: “Enquanto o goleiro não aparecer não tem mais jogo". Foi como uma mágica, lá estava o goleiro embaixo de uma mesa e o jogo terminou.
Agora no interestadual, antes de fazer o jogo da TV com o Paroski, alguém me soprou no ouvido que ele tinha toc e não gostava de chutar contra goleiro de ponta-cabeça, dei risada, mas confesso que não levei aquilo em consideração. Meu oponente deu a saída e com habilidade chegou na cara do gol, ignorou meu goleiro e fez 1 a 0. A partir daí, lembrei da dica e coloquei em prática, Paroski não fez mais nenhum gol. Se foi isso mesmo que atrapalhou o adversário, não sei, mas que o goleiro de ponta-cabeça, na minha cabeça, ajudou, isso foi inegável.