Painel do Mundo
Por Erismar Gomes (14/10/2021)
Meus caros amigos leitores, estamos caminhando para o final de nossa história da regra 12 toques. Nesta coluna, vamos tratar de duas alterações na regra, ocorridas em 2016, sendo a mais importante delas o fim da arrumação dos botões no tiro de meta, após chute a gol. Notem que estamos falando de 11 anos após as mudanças descritas nas 3 colunas anteriores, vejam que as mudanças na regra não surgem do nada, existem sempre conversas e estudos e um longo caminho antes de serem submetidas à aprovação das federações.
Essa alteração foi ideia do Armandinho, de Pernambuco, botonista experiente, conhecido pela maioria do nosso meio. A proposta da não arrumação dos botões, a não ser na saída de bola ao centro, era uma proposta antiga do nosso amigo, conversada em diversas resenhas, em Brasileiros e na Copa do Brasil.
Em 2016, Ernandes Felício Jr.(conhecido por todos como Dentinho) à época presidente da FPFM e Vice Presidente da CBFM 12 toques, nos solicitou um estudo com essa alteração. Fizemos algumas experiências no Clube Maria Zélia para avaliar como ficaria o jogo, se traria benefícios para a regra e quais benefícios seriam esses, a ponto de se aprovar uma alteração de regra. Chegamos à conclusão que sim, que tal alteração seria boa, pelos seguintes motivos: 1-Seria benéfica para iniciantes, cujo controle de bola é um pouco demorado para se aprender e a arrumação da defesa sempre foi um obstáculo significativo para esse aprendizado; 2-Qualquer botonista mediano arrumava o ataque de maneira estratégica, sendo a marcação da defesa meramente pró-forma, pois era inócua para impedir que o atacante arrumasse a bola de onde ele queria chutar; 3-O jogo ficaria mais dinâmico sem essa arrumação; 4-Na maioria dos grandes jogos, praticamente não tem tiro de meta; 5-O jogo fica mais estratégico, os botonistas têm que pensar na composição da defesa e mantê-la posicionada, visando a marcar as preferências do adversário; 6-Tira mais uma artimanha do anti-jogo, a famosa cera ,que se fazia principalmente em final de tempo, gastava-se bem mais que 10 segundos para essa arrumação.
No Brasileiro de 2016, realizado em Botucatu, na ocasião da reunião das federações, apresentamos o relatório com os benefícios citados, a proposta foi colocada em votação, sendo aprovada, junto com a alteração da cobrança de tiro de meta, que doravante poderia ser cobrado de qualquer lado da pequena área, não importando de que lado saiu a bola.
Na próxima coluna estaremos encerrando a nossa história, já que vamos tratar da última alteração na regra e chegaremos à regra vigente, só faltam 15 dias. Até lá.
O corretor de seguros Erismar Ferreira Gomes, 58 é paulista, torcedor do Santos F.C, e um apaixonado pelo futebol de mesa e virtual (no video-game). No Futebol de Mesa tem um rastro indelével tanto no espectro da gestão (tendo sido diretor de departamentos em clubes importantes como Corinthians e Maria Zélia) e presidente da Federação Paulista; quanto na qualidade de atleta - onde ostenta inúmeros títulos, incluindo um bicampeonato Brasileiro por equipes e o título Brasileiro individual em 2005 (ambos na categoria masters). Erismar é uma testemunha privilegiada da história e evolução da regra 12 toques pois não apenas a viu nascer mas participou ativamente da sua história.
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