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MUNDO BOTONISTA

Por José Carlos Cavalheiro (08/03/2023)


O uso das marcas e imagens no futebol de mesa federado.


Os escudos dos clubes de futebol são marcas registradas e o direito de exploração dos mesmos são licenciados ou autorizados pelos seus proprietários. Apesar do exposto, verifica-se no nosso meio o uso e generalizado dessas marcas. Não adianta alegar que se está fazendo uma divulgação do clube que seria benéfica para o mesmo ou que os valores que os proprietários receberiam seriam irrisórios. O uso comercial de uma marca, sem prévia autorização ou licenciamento é ilegal e pode estar sujeito de uma ação judicial proposta pelo proprietário.


Um coisa é o botonista imprimir o escudo de um clube para o seu uso particular ou para disputar partidas com amigos e colegas. A partir do momento que artesãos comercializam esses emblemas, estando eles colados ou embutidos nos botões, estão, de alguma forma, infringindo a lei. Quem compra esses materiais também está, em tese, atuando na ilegalidade.


Entramos aqui em outro ponto. Como somos atletas de um esporte organizado não podemos expor marcas registradas em nossas competições sem a devida autorização dos seus proprietários. Parece repetitivo mas é bom remarcar essa condição pois tal impedimento legal bate de frente com a nossa cultura de "customização" do nosso material de jogo. Isso sem falar no uso da imagem dos jogadores de futebol sem também a devida autorização dos mesmos que, no passado, afetou editoras que comercializavam álbuns de figurinhas e empresas produtoras de brinquedos.


É usual atletas de um clube participarem de competições oficiais com botões de outros clubes ou seleções nacionais o que, na minha opinião, não é de muito bom tom. Nenhum clube de futebol aceita ser representado com um material esportivo com a marca de outro clube. Imagine um jogador do Grêmio atuando com um meião com o escudo do internacional, ou um jogador do Palmeiras atuando com uma braçadeira do Corinthians. Eu mesmo convivi no Vasco da Gama com atletas que representavam o clube cruzmaltino com botões que tinham escudos do Fluminense. Ainda bem que nenhum dirigente de alto cargo do clube chegou a ver isso. Fico pensando o quanto algo assim poderia gerar estranhamento em um espectador, em uma competição realizada em um local com circulação de público, ver um atleta com a camisa do seu clube atuando com os botões com escudos de outro clube.


Entendo que, com o desenvolvimento do esporte futebol de mesa, esses procedimentos terão que ser revistos e, para tanto, nossa cultura terá que mudar no âmbito esportivo. No âmbito do lazer e das competições underground ou não oficiais, tal cultura poderá continuar sendo a mesma. Esse é um dos pontos que, obrigatoriamente, marcará a diferença entre o que é esporte e o que é lazer, mas esse é exatamente o tema da minha próxima coluna. Um grande abraço a todos. Até lá.



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Formado em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, José Carlos Marques Cavalheiro, nasceu na capital carioca no ano de 1962. Foi atleta de futebol de mesa na modalidade Bola 12 Toques de 1998 a 2005, quando foi viver em diferentes lugares: São Paulo, Paris, Jundiaí e Bogotá, onde atualmente reside. É o responsável pelo site da FEFUMERJ desde dezembro de 2004. Atualmente exerce o cargo de Diretor de Comunicação da entidade.

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