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MUNDO BOTONISTA

Por Márcio Bariviera (15/11/2021)

Eu queria voltar no tempo.

Pensando melhor, acho que o título acima poderia ser alterado para “nós” ao invés de “eu”. Porque, tenho quase certeza, você também gostaria de voltar algumas décadas no tempo. Tempo, aliás, intransigente, o qual não vai concordar com a nossa ideia e que decidirá manter tudo como está. Paciência.

 

Que saudade daquele tempo em que a gente não precisava se preocupar com os filhos, com os problemas do dia-a-dia, com os boletos... Talvez nossa única preocupação fosse a prova de Português ou a de Matemática. Falando nisso, a gente estava lá, fazendo a prova de manhã, e ansioso pela semifinal do nosso Brasileirão de futebol de botão entre Fluminense e Goiás, que aconteceria na parte da tarde.

 

Que ansiedade gostosa era aquela... Aquilo, sim, que era ansiedade de respeito! Não essa de hoje, que faz muita gente tomar tarja-preta devido a problemas que a vida trouxe e que ocorre com essa fase chata de adulto. Será que algumas partidas de futebol de botão não amenizariam toda essa balbúrdia que é a nossa vida?

 

Acabei de lembrar do morrinho artilheiro. Minha mesa tinha um morrinho artilheiro. O uso sem moderação de meu campo fez com que ele se desgastasse e a “grama” começasse a perder a qualidade. Típico do próprio futebol dos anos 70 e 80. Realismo puro. Sei lá por que causa, motivo, razão ou circunstância (saudades, professor Girafales), a minha mesa levantou uma bolha dentro da grande área. Fiquei chateado, mas era o que tínhamos para o momento.

 

Independente da bolha na mesa ou da prova de Português, eu queria voltar no tempo. A gente era feliz e não sabia. Hoje até somos, mas com asterisco. Antes não havia asteriscos em nossas vidas. No máximo um morrinho artilheiro na mesa. Mas isso era até divertido, porque, quando um time atacava por aquele lado, era quase que constante o desafio de fazer gol com a bola desviando nele.

 

Ah, já estava esquecendo: eu ia bem nas provas da escola. E nem tinha como ir mal, já que meus pais, em contrapartida, compravam mais times para minha coleção. Deixando bem claro, eles não estavam me comprando. Era a minha recompensa pelas metas alcançadas. Entende quando eu falo tanto em querer voltar no tempo?

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O gaúcho de Rodeio Bonito, Marcio Bariviera é gerente administrativo do União Frederiquense, clube que disputa a Série A2 do Gauchão, além de assinar uma coluna semanal no jornal O Alto Uruguai, de Frederico Westphalen-RS. Rock e futebol de botão são duas paixões desde a infância (e se puder dar palhetadas ouvindo Led Zeppelin fica time completo).

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marcio_bariviera@mundobotonista.com.br
(055) 99988-6612

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