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MUNDO BOTONISTA
Por Márcio Bariviera (26/07/2020)

Botões iluminados.

Dias atrás, em um grupo de WhatsApp, foi levantado um assunto sobre existir ou não botões em que a gente se apegue. Seria aquele botão que quase nunca erra quando você o desliza, seja para um toque normal, para um passe perfeito ou para aquela bucha na gaveta. Aquele que você trata como xodó, como se criasse uma relação de pai e filho. Um botão iluminado. Mais ou menos isso.
 
Na discussão, a pergunta: quem nunca teve pelo menos um botão assim, preferido, iluminado? Poderia ter um time todo, poderiam ser três ou quatro espalhados em times diferentes, mas ao menos um iluminado, unzinho, praticamente todo mundo teve. Ou ainda tem.
 
Falei ao grupo sobre o meu jogador iluminado, contei a história e, de carona, questionei aos demais se caberia uma crônica. Rapidamente o querido Carlos Cláudio, nosso editor-chefe aqui do Mundo Botonista, respondeu “só se for agora”. Então, vamos ao fato.
 
Já comentei aqui sobre minha simpatia pelo XV de Jaú. E nos anos 80, quando eu aproveitava boa parte da infância para jogar botão praticamente todos os dias, tive meu XV de acrílico. Na época, o camisa 9 era o Nilson. Ele fazia gol atrás de gol. Não tenho números para comprovar, mas acho que o Nilson até hoje é o maior artilheiro de minha coleção.
 
Parece mentira, mas o XV de Jaú era pedra no sapato de muitos times lá em casa: encarava os grandes paulistas (foi até campeão estadual), era Série A de Brasileirão, entre outras façanhas. E o Nilson, com sua carroçada de gols, elevava ainda mais o time.
 
O Nilson era aquele botão que eu acariciava antes de ir para a escola fazer a prova de matemática, aquele que eu esfregava nas minhas roupas para dar sorte na festinha de garagem que a gente teria na sequência, aquele que eu passava nos pés antes de ir jogar bola, enfim... Fico imaginando tua risada aí do outro lado, mas superstição é superstição. Chamar bons fluídos, sabe?
 
Em 1988 o Inter contratou o Nilson. E como eu sempre atualizava meus times de acordo com a realidade, o Nilson mudou de clube por aqui, também. A camisa 9 do colorado caiu muito bem nele não apenas de verdade, mas, acredite se quiser, igualmente no meu futebol de botão. Ele seguiu empilhando gols e o time gaúcho acabou levando o meu Brasileirão de 88.
 
Agora vamos à segunda parte do “acredite se quiser”. Meu XV de Jaú acrílico nunca mais foi o mesmo. Para ser honesto, nem lembro quem assumiu a camisa 9 do time. Murchou, perdeu o brilho. O motivo era simples: o iluminado havia partido.
 
Histórias – das tantas – que só o futebol de botão poderia nos proporcionar...

O gaúcho de Rodeio Bonito, Marcio Bariviera é gerente administrativo do União Frederiquense, clube que disputa a Série A2 do Gauchão, além de assinar uma coluna semanal no jornal O Alto Uruguai, de Frederico Westphalen-RS. Rock e futebol de botão são duas paixões desde a infância (e se puder dar palhetadas ouvindo Led Zeppelin fica time completo).

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marcio_bariviera@mundobotonista.com.br
(055) 99988-6612

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