Painel do Mundo
Especial:
2020, "o ano que não aconteceu", trouxe consigo o novo normal e possivelmente entrará para a história como o ano do nascimento de um novo jeito do futebol de mesa se comunicar com o mundo.
Os tempos de pandemia vividos por nós nos anos de 2020 e 2021 provocaram mudanças e necessidades de adaptação em praticamente todos os setores da vida humana. Algumas, bem drásticas, tendo mudado por completo a forma com que as pessoas trabalham, estudam, socializam. Uma das manifestações dessa adaptação foi, sem dúvida, a proliferação dos instrumentos de interação via redes sociais. As pessoas, privadas do que amam e precisam fazer, consumir, estudar, etc., passaram a procurar alternativas para suprir suas necessidades e tentar dar um curso minimamente viável aos seus quotidianos. Surge então o “novo normal”
No contingente do futebol de mesa não foi diferente. Alijados das disputas, da organização e responsabilidades comuns aos calendários de uma temporada típica, por vezes impedidos até mesmo de se reunir para um simples treino, os botonistas se aperceberam, muito rapidamente, que a pandemia não os havia afastado apenas de seu esporte e lazer favoritos, mas também dos amigos, confraternizações, rodas de resenha, trocas de materiais, enfim, de toda a atmosfera que rodeia o meio do futebol de mesa.
Foi nesse contexto que nasceram e se espalharam pelas redes sociais – Instagram, Facebook, Youtube, etc. - uma série de “lives” com entrevistas ao vivo promovidas, em geral, por adeptos do próprio futebol de mesa e que terminaram por criar uma nova cultura de divulgação do segmento. O botonista, pela primeira vez, num movimento quase que nacional, ouso dizer, inclusive, num movimento supra-modalidades, teve tempo de orquestrar algo para além do simples jogar botão.
O amigo que está aí lendo esta coluna talvez esteja contra-argumentando que essa minha percepção sobre o fenômeno seja um tanto quanto superficial ou até mesmo prematura. Contudo, sendo ou não algo que tenha vindo para ficar, é inegável que temos diante de nós um fenômeno gritante – observável a olhos nus. Não há como negar que todo o futebol de mesa vê germinar uma flora num terreno antes muito estéril fora dos sites e blogs institucionais das federações oficiais.
Como sou um incorrigível otimista, opto por enxergar o copo meio cheio. Prefiro acreditar que estamos diante do nascimento de algo maior e duradouro. Por que não podemos estar testemunhando o início de uma nova era para o futebol de mesa? É possível, nobre leitor, que tenha chegado, finalmente, o tempo em que o botonismo, como um todo, tenha se conscientizado da necessidade de se modernizar, açambarcando outras linguagens, atingindo outros públicos.
Não é preciso se esforçar muito para perceber o quanto essa inserção pelas mais diversas interfaces das chamadas TIC´s (tecnologias da informação e comunicação) é um movimento imprescindível, não apenas para a difusão, mas também para a legitimação do futebol de mesa como modalidade esportiva de fato. Afinal, ter uma imprensa, encontrar reverberação na mídia é inerente a qualquer modalidade esportiva. Criar a atmosfera necessária para o surgimento dessa imprensa é função, em primeira instância, das pessoas que amam e praticam este esporte.