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MUNDO BOTONISTA
Por Erismar Gomes (07/04/2021)

Espalha brasa.

Olá pessoal, continuando a nossa história, na coluna anterior citei as principais características da "Regra Paulista". Nossa viagem no tempo está em 1984, quando o movimento por mudança na regra toma força, algumas jogadas "criativas" provocaram atritos e descontentamentos, aumentando o acirramento nas competições. 

Uma delas, carinhosamente batizada de “espalha  brasa", era sem dúvida a mais polêmica, sua criação é atribíida  ao Botonista Rafael Domingos Barricelli , conhecido por seu apelido, Lito. À época, Lito defendia o Colégio São Judas Tadeu. A jogada consistia em tocar a bola de encontro a outro botão do seu próprio time, deixando a bola presa entre seus 2 botões, ou mesmo sobre os seus 2 botões. Feito isso, com um deles, acertava impiedosamente  o botão adversário, deslocando este pra longe da jogada, até mesmo para o alambrado da  lateral ou linha de fundo. 

Fazia isso com todos os botões adversários, até que o campo do seu ataque estivesse "limpo", só a partir daí começava a jogada de  ajeitar a bolinha no lugar de sua preferência para o chute. O Lito tinha um discípulo, digamos assim, o botonista Paulo de Tarso, o PT, que, à época, defendia o Canadá Clube, botonista talentoso que infelizmente parou de jogar. Lito e PT eram os melhores executores dessa jogada, não é difícil enxergar a tremenda irritação que isso causava aos adversários, que nada podiam fazer, era uma jogada lícita, lembrem, não  havia limite de toques.

Houve uma partida que assisti, entre o PT e um botonista do Clube Botonice, chamado Primo, que também já parou de jogar. Primo, segundo o árbitro da partida, Fernando Santos, do Maria Zélia, veio com botões "preparados", atípicos para a época, só para jogar com o PT. Descarregou toda sua irritação fazendo faltas , sistematicamente, para quebrar os Botões do PT. Este, na autoridade dos seus 15 anos, não estava nem aí e o placar acabou 34 x 0 pra o PT. Imaginem este que vos escreve, um simples iniciante nesta época, tendo o privilégio de assistir in loco, não, ninguém me contou, eu vi.

Outra jogada, que fora inventada por Fernando Santos, era executada da seguinte forma, na saída de bola, ao invés de atacar, ele tocava a bola até sua pequena área, bola na pequena área, arrumavam-se os botões, isso já foi explicado na coluna anterior, veja o tempo "engolido" por essa jogada. 

Além dessas duas jogadas destacadas, também havia aqueles que não devolviam a bola, ficavam tocando até o minuto final para chutar a gol, ou tocavam a bola por 5, 6 minutos, até arrumarem para o chute. Bem, por aí vocês já podem constatar que a mudança era necessária, iminente. Nossa viagem no tempo continua na próxima coluna com as curiosidades da criação da regra 12 toques, não percam, até lá!

O corretor de seguros Erismar Ferreira Gomes, 58 é paulista, torcedor do Santos F.C, e um apaixonado pelo futebol de mesa e virtual (no video-game). No Futebol de Mesa tem um rastro indelével tanto no espectro da gestão (tendo sido diretor de departamentos em clubes importantes como Corinthians e Maria Zélia) e presidente da Federação Paulista; quanto na qualidade de atleta - onde ostenta inúmeros títulos, incluindo um bicampeonato Brasileiro por equipes e o título Brasileiro individual em 2005 (ambos na categoria masters). Erismar é uma testemunha privilegiada da história e evolução da regra 12 toques pois não apenas a viu nascer mas participou ativamente da sua história. 

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erismar@mundobotonista.com.br

(011) 99653-1317

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